China torna “Big Brother” em realidade
Durante muito tempo, a capacidade tecnológica de monitorizar pessoas era superior à capacidade do que se podia fazer com todos os dados recolhidos. Mas, graças aos computadores e, mais recentemente, aos sistemas de inteligência artificial, isso está a mudar.
Aquilo que há poucos anos pareceria ficção científica já é realidade na China. Com mais de 500 milhões de câmaras de vigilância instaladas, e toda uma rede de dispositivos que recolhem dados sobre o que os utilizadores fazem (que sites visitam, que apps usam, que compras fazem, por onde andam), a China tem agora investido em sistemas que são capazes de compilar toda esta imensa quantidade de informação para a disponibilizar de forma fácil e útil.
O sistema consegue alertar para coisas como, quando uma série de indivíduos com registo criminal se juntam num mesmo local, uma pessoa marcada como activista compra um bilhete para a capital, ou até seguir o percurso de uma pessoa marcada como doente mental assim que se aventura fora da sua casa.
Algumas pessoas até concordam com tudo isto, dizendo que se não há nenhuma pessoa humana a ver os vídeos ou a analisar a informação, não há verdadeira violação de privacidade. Outras recorrem ao velho “quem não tem nada a esconder não tem nada a temer”. Mas, para que olha para a privacidade como um direito fundamental, tudo isto é a concretização dos piores receios; receios esses que já eram antecipados no clássico 1984 de George Orwell, publicado em 1949.
(Ptnik)